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domingo, 30 de setembro de 2007

Um dia de cão



Tô descendo a serra, cego pela cerração...Salvo pela imagem, pela imaginação de uma bailarina no asfalto fazendo curvas sobre patins...Tô descendo a serra, cego pela neblina.Você nem imagina como tem curvas esta estrada. Ela parece uma serpente morta às portas do paraíso. O inferno ficou para trás, com as luzes lá em cima. O céu não seria rima, nem seria solução. Um dia de cão, um mês de cães danados. Ordem no caos, olhos nublados. Um cão andando em círculos, atrás do próprio rabo.Um dia de cão, um mês de cães danados. Ordem no caos, olhos cansados.Não há nada de novo no ovo da serpente. É sempre a mesma história (é tão difícil partir). É sempre a mesma história (é impossível ficar). É sempre mais difícil dizer adeus quando não há nada mais pra se dizer...É muito mais difícil dizer adeus quando não há nada mais pra se dizer...
(Descendo a Serra - Engenheiros do Hawai)

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